#5 – Uma comunidade fiel vale mais que 1 milhão de seguidores 🏴☠️
A importância do longo prazo; minha experiência vendendo um serviço 'high ticket'; Passageiro Academy e mais.
🎧 Para ler ouvindo1: Essa versão de Crystalised, do The xx, por Martina Topley-Bird, o saudoso Mark Lanegan (!) e Warpaint.
1.
Em fevereiro deste ano lancei uma mentoria chamada Monetize; o nome é horrível, mas é o que eu tinha na época.
A ideia era passar adiante as minhas experiências produzindo conteúdo há 11 anos (o matheusdesouza.com é de 2013) e vivendo exclusivamente da internet há 7 (saí da CLT em 2017 e desde então trabalho de forma 100% autônoma e remota).
Para 2025, decidi matar a Monetize; e não apenas porque o nome é horrível.
2.
Durante os últimos 10 meses tive a honra de mentorar mais de 20 criadores dos mais diferentes nichos que tinham por objetivo monetizar não apenas seus conteúdos, mas também seus conhecimentos específicos através de produtos e serviços digitais.
A mentoria é dividida em 6 encontros de 1h30 cada, o que na prática significa que de fevereiro para cá passei mais de 150 horas do meu ano trocando ideia com outros criadores dentro desse contexto de monetização e redes sociais.
3.
Eu nunca tinha vendido um serviço com um ticket tão alto; o investimento na Monetize é de exatamente R$ 3.582,00 (e ouvi mais de uma vez dos meus mentorados que estou cobrando barato).
Talvez o leitor agora esteja fazendo cálculos (“quanto é 20 x R$ 3.582,00?; hum, e ele falou que foram mais de 20!”), criando teorias (“se vendeu tanto assim, por que ele vai matar a mentoria?”), pensando em criar a própria mentoria (“hum, acho que vou oferecer algo do tipo”) e desistindo da ideia logo em seguida (“hum, mas na verdade não tenho tantos seguidores para vender algo do tipo”).
Para ser sincero, até eu me surpreendi com o sucesso da mentoria – e resolvi investigar o que aconteceu.
4.
Se você olhar os meus perfis nas redes sociais (Instagram: 32k; LinkedIn: 164k; Substack: 10k), verá que não tenho milhões de seguidores; e mais que isso: nos últimos 2 anos eu praticamente larguei Instagram e LinkedIn (de lá para cá perdi mais seguidores do que ganhei) para focar meus esforços no Substack (onde conquistei 10 mil assinantes em 2 anos) com o objetivo de fortalecer minha marca pessoal como escritor; um movimento perigosíssimo para quem vive da internet (não recomendo, mas não desencorajo).
Tudo bem, somando toda essa galera aí, passamos de 200 mil pessoas (ainda que não estejamos falando de usuários únicos, uma vez que muitas dessas pessoas me acompanham em mais de uma plataforma), o que é um número espetacular, porém, reitero (agora em negrito): eu não tenho milhões de seguidores nas redes sociais e ainda assim as vagas da mentoria foram preenchidas rapidamente (sem ads!) nos dois semestres de 2024; uma confissão (em itálico): o interesse foi tanto que, em determinado momento, “cresci o olho” e acabei abrindo mais vagas do que aquelas que estavam em meu planejamento inicial; bom para o bolso, ruim para a cabeça.
Existe um clichê no setor da educação que diz que os professores aprendem mais com os alunos do que o contrário. Algo que aprendi no papel de mentor nesses últimos 10 meses é que não adianta forçar a barra, não adianta pensar apenas em produzir conteúdos com potencial de viralização; você precisa de uma audiência que confie em você independentemente do formato.
Confiança não é algo que se ganha com um post viral; ela é construída aos poucos, à medida que você se mostra constante e fiel à sua mensagem. Quando sua audiência sente que você está presente, que não vai embora amanhã e que tem um compromisso real com o que cria, essa confiança vai se transformando em lealdade.
No longo prazo, essa lealdade é o que vai levar alguém a investir no seu conteúdo – seja comprando uma mentoria, assinando uma newsletter paga ou apoiando seu trabalho de outras formas; e é muito mais fácil vender um novo produto para quem já é seu cliente do que vender algo para quem nunca comprou nada de você; por isso é importante diversificar.
Na internet, as pessoas tendem a comprar de alguém que construiu uma relação verdadeira com elas; e não de um perfil que apareceu da noite para o dia.
Por isso, reforço sempre a máxima que aprendi com o meu amigo : você não precisa de 1 milhão de seguidores, precisa de 1 mil fãs fiéis que comprem de você; vou além: 1 mil fãs fiéis que estejam dispostos a pagar R$ 10 por mês pelo seu trabalho; numa conta rápida, 1 mil fãs fiéis pagando R$ 10 por mês = um faturamento de R$ 10 mil mensais.
5.
Outra experiência legal que tive na mentoria foi trocar ideia com criadores que viralizaram através de vídeos curtos no Tik Tok ou no Instagram.
Existe um comportamento bastante comum nesse cenário: cair na armadilha de se repetir ao tentar reproduzir um viral para manter um público imediato; isso desgasta o criador e gera uma conexão superficial com a audiência.
O ponto é que ganhar um pico de visualizações pode até gerar alguma receita no curto prazo (caso você já venda algo), mas não garante uma renda constante. Quando você investe no longo prazo, a monetização se torna uma consequência do seu trabalho – e você tem mais espaço para evoluir.
Em vez de buscar resultados instantâneos, o ideal é criar um fluxo de renda sustentável onde cada ação – cada post, cada vídeo, cada e-mail enviado – contribua para uma construção sólida da sua marca pessoal; credibilidade vende mais do que likes.
6.
Talvez a grande dúvida do pessoal da mentoria seja sobre o que vender exatamente. A verdade é que, mais do que vender, desenvolver produtos digitais de qualidade leva tempo.
Um bom curso, um bom livro, uma boa comunidade são frutos de um processo que exige dedicação e um entendimento profundo das necessidades de uma audiência. Você pode até lançar um produto “apressado” para tentar aproveitar algum hype, mas isso não é sustentável; o compromisso com a qualidade é o que vai te destacar no meio da multidão.
São esses produtos e serviços bem-feitos, aqueles que atendem necessidades reais e que geram recomendações (o boca-boca continua sendo essencial!), que farão com que as pessoas continuem comprando de você – e pagando cada vez mais caro pelo seu trabalho.
Já a parte do processo da venda em si, depende muito da conexão que a audiência sente com você.
Em tempos de filtros e fórmulas prontas, a tão falada autenticidade (que nada mais é do que compartilhar conteúdos com a sua visão de mundo e o seu repertório de referências; ou seja, basta ser você mesmo) acaba sendo um fator decisivo na hora de um possível cliente fechar negócio com você.
Por isso, sempre falo para os meus mentorados: mostrem os bastidores, as vulnerabilidades e os processos – é aí que a mágica acontece; é assim que nascem comunidades de fãs fiéis.
🏴☠️ Por que eu matei a Monetize?
Porque vem aí a Passageiro Academy!
O lançamento oficial da minha nova plataforma de ensino será na próxima segunda-feira; 11/11 às 11h11; por que o número cabalístico?; sei lá!
Por ora, o que posso adiantar é:
Eu matei a mentoria porque resolvi gravar toda a metodologia aplicada nessas mais de 150 horas de papo até aqui com outros criadores não em um curso gravado, mas em uma espécie de formação contínua para quem deseja monetizar o seu conhecimento e criar um negócio sustentável de uma pessoa só.
O conteúdo será o mesmo que eu ensino na mentoria, mas por um valor mais acessível porque dessa vez você não estará comprando a minha hora de trabalho (que em 2025 usarei para escrever livros), mas o meu conhecimento; dessa vez vendido de maneira escalável; bom para os negócios, bom para a cabeça.
Dito isso, o primeiro lançamento da Passageiro Academy será o Faça você mesmo 🏴☠️ (finalmente me livrei do nome Monetize!), formação que leva o nome da newsletter e entrará em pré-venda por um valor especial – as aulas estarão disponíveis a partir de dezembro.
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🧠 Para ler, assistir e ouvir
O bateu algumas marcas bem legais nas redes sociais (10k no LinkedIn, 2k no Instagram e 2k no Substack) e contou 10 dos seus aprendizados aqui.
13 usos bizarros do ChatGPT; por .
A lançou um podcast e o primeiro papo, com a Luiza Voll, da Contente.vc, está maravilhoso. Escute aqui.
Quantidade ou qualidade na criação de conteúdo? Eis aqui a opinião do .
Adorei esse react do Arthur Miller ao melhor vlogueiro de viagem do YouTube (na opinião do Arthur); no vídeo ele também fala sobre TDAH.
BADBADNOTGOOD, uma das bandas que mais escuto durante o expediente, lançou uma música com ninguém mais ninguém menos que Tim Bernardes. Ouça Poeira Cósmica.
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Como você tem lidado por aí com o imediatismo? – no sentido de vislumbrar grandes resultados no curto e médio prazo.
Acesse a playlist com as músicas indicadas aqui e na newsletter Passageiro. Ela é atualizada semanalmente.
Maaano, concordo muito contigo! Sou muito da QUALIDADE das pessoas que estão com a gente, acima do número.
Acho que torna tudo mais humano e conecta de verdade. São pessoas que nos acompanharão em vários momentos, talvez se distancie em alguns, mas vira aquela amizade remota que valorizo muito!
Torcendo por essa nova etapa amigo, e já me coloco a disposição para falar com sua galera se puder contribuir de alguma maneira ♡
Muito interessante sua estratégia. Como você já falou, as suas formas de obter dinheiro (redes sociais e Monetize) tomam bastante do seu tempo, o que dificulta a dedicação aos projetos que realmente quer focar. Agora, vai poder colocar toda a experiência numa fonte de renda passiva. Frutos de dedicação, reflexão e metodologia. Mandou muito bem!