[FVM #10] Um pra eles, um pra mim 🏴☠️
Vem aí a PassageiroTV; por que criar um canal no YouTube em 2025?; não confie em bilionários – exceto no Walter Salles.
🎧 Para ler ouvindo1: The Times They Are A-Changin’, por Bob Dylan.
1.
Esse começo esquisito de 2025 reforçou algo por aqui: nós, criadores, não podemos depender dos caprichos de bilionários – a não ser que o bilionário em questão seja o Walter Salles – de modo que, mais do que viralizar nessa ou naquela outra rede, devemos nos preocupar com a marca que deixamos nas pessoas; uns chamam isso de marca pessoal, outros que curtem anglicismos chamam de personal branding, eu chamo de fazer o nosso nome.
2.
Em 2016, fiz meu nome no LinkedIn. Na época, eu trabalhava como assistente de marketing em uma faculdade no interior de Santa Catarina ganhando exatos R$ 1.632,00 – e nas horas vagas tentava empreender como sócio de uma startup de mobiliário digital2 (!) – quando decidi escrever artigos3 na rede profissional à espera de um milagre, digo, com o objetivo de ser visto e alguma – qualquer – coisa acontecer.
Meus “conteúdos”4 eram focados em dicas de marketing digital e produtividade, além de uma pitadinha de autoajuda que chamarei de desenvolvimento pessoal. Quando o LinkedIn divulgou sua primeira lista de Top Voices, uma espécie de reconhecimento aos profissionais mais influentes da rede, meu nome estava em terceiro lugar. Algo aconteceu. Fui visto por conta da minha escrita; ainda que não tenha sido exatamente pelo tipo de texto que gosto de ler/escrever; falaremos sobre isso adiante.
3.
Até 2021, por aí, as coisas iam de vento em popa no LinkedIn. Os tais textos com diquinhas disso ou daquilo tinham um engajamento legal, a base de seguidores não parava de crescer, marcas me pagavam uma boa grana nos famigerados publis, eu era chamado para treinamentos in company e eventos, meus cursos vendiam bem.
Sem aviso prévio, o pequeno castelo que construí no terreno do LinkedIn começou a ruir; mudanças de algoritmo, maior concorrência, a preferência por vídeos; não previ nada disso e quase me fod*5.
4.
Apesar de ter pouco mais de 30 mil seguidores no Instagram (segue nóis, pô!), nunca tive uma estratégia específica de crescimento por lá; sempre enxerguei a rede da Meta como uma extensão do meu trabalho com a escrita, de modo que a TikTokzação do Instagram me afastou ainda mais desse tipo de “conteúdo” sem profundidade dos vídeos curtos, o que, desde 2021, tem me custado audiência – já são três viradas de ano em que perco mais seguidores do que ganho.
Nessa confusão toda, entra o Substack. No apagar das luzes de 2022, após muito matutar, crio a newsletter Passageiro. Assim como no LinkedIn, méritos à parte, rola uma espécie de sorte de estar no lugar certo na hora certa; ainda que acompanhasse o hype do Substack (principalmente na gringa), eu jamais imaginaria que faria meu nome na plataforma tão rapidamente; e, dessa vez, escrevendo os textos que quero escrever6; dessa vez, furei a bolha literária.
5.
Você está só esperando pelo “mas”, né?
Vamos lá.
As coisas estão acontecendo, mas não podemos confiar em bilionário – ou em quem está tentando ser um.
Chris Best ainda não é bilionário, mas têm se portado como tal; tudo começou com um papo esquisito sobre liberdade de expressão em que o CEO do Substack passa pano para nazistas, um rolê meio Monark, isso foi no apagar das luzes de 2023, mas aí no apagar das luzes de 2024, o bonito não apenas passa pano para Elon Musk, o playboy7 branquelo sul-africano, como ainda sugere que o rapaz merece crédito pelo trabalho que vem fazendo em defesa do direito de expressão. Oi???
6.
Diferente do LinkedIn ou do Instagram, redes também controladas por bilionários – a última por um bilionário que está saindo do armário 🫡; se é que vocês me entendem –, no Substack, supostamente, temos o controle da nossa audiência.
Em linhas gerais, o que quero dizer é que, caso o Substack acabe amanhã – ou seja comprado pelo Elon Musk; o Chris tá fazendo o seu Best pra isso –, nós, criadores, podemos simplesmente fazer o download da nossa lista de e-mails e escolher uma outra plataforma que melhor atenda nossas necessidades.
Mas tem uma pegadinha aí.
Passageiro está quase batendo a marca de 12 mil inscritos, gente pra caramba, porém, o Substack de Chris é responsável por 5 mil dessa gente toda graças ao seu sistema de recomendação – que induz o leitor ao erro; quem aqui nunca se inscreveu sem querer numa newsletter no Substack na pressa de passar para a próxima tela?
O que quero dizer é que, ainda que 7 mil pessoas evidentemente sejam pessoas pra caramba, não fosse esse sistema de recomendações do Substack, Passageiro teria quase 50% menos leitores. E, diferente da Época de Ouro do LinkedIn, em que eu não tinha um plano e apenas seguia fazendo o que estava dando certo, sinto que, de alguma forma, a Época de Ouro do Substack – que mal chegou – se foi; talvez não para quem, hoje, tenha uma audiência consolidada, meu caso, mas para você que está começando e que, dentro desse sistema de recomendações, vai acabar por inflar ainda mais os números de quem já é grande; ou seja, você que está começando fará que newsletters já grandes, como Passageiro, tornem-se ainda maiores, tornando o rolê todo insustentável.
É por isso que em 2025 meu foco estará no YouTube.
7.
Ok, isso talvez tenha soado aleatório, “do Substack para o YouTube?”, “do texto para o vídeo?”, mas meu ponto aqui é: não abandonarei o Substack (serei um dos violinistas do Titanic), porém, essa experiência com o LinkedIn entre 2016 e 2021 me ensinou a fazer aquilo que os grandes diretores de cinema fazem desde sempre; um filme para eles (Hollywood), um filme para nós (diretores).
Ainda que eu ame escrever as edições das minhas newsletters (tanto em FVM quanto em Passageiro), tratarei o Substack como a minha Hollywood, a parte comercial; deixarei a parte experimental para o YouTube – e eu tô muito, muito empolgado para compartilhar com vocês o que vem por aí na PassageiroTV.
8.
Na próxima edição de Passageiro, a 99ª neste Substack, darei mais detalhes sobre o que vocês podem esperar. O primeiro vídeo estará disponível no dia 11 de fevereiro, dia em que irá ao ar a centésima edição de Passageiro.
O que peço desde já a você que acompanha e gosta do meu trabalho é: inscreva-se na PassageiroTV. É gratuito.
Tenho certeza que essa experiência no audiovisual (é assim que tenho tratado: audiovisual; não conteúdo) trará bons insights para a própria FVM.
Conto com vocês.
🎥 Masterclass sobre YouTube no Clube Passageiro (feat. Arthur Miller)
Parte dessa minha decisão de tentar algo novo no YouTube deve-se ao Arthur Miller; gaúcho radicado em Amsterdam que em apenas 6 meses bateu a marca de 30 mil inscritos.
O cara tornou-se minha maior referência em YouTube e, no último encontro do Clube Passageiro, tive a honra de recebê-lo como convidado.
Caso você não seja assinante pago do Clube Passageiro e tenha perdido o papo, saiba que esse não é o fim do mundo: assinantes do Plano Vitalício têm acesso a TODAS as gravações dos nossos encontros – isso significa mais de 40 horas de conteúdo (!!!).
🏴☠️ Pré-venda: curso Faça Você Mesmo
O Faça Você Mesmo 🏴☠️ é curso online e gravado com a mesma metodologia que aplico na Mentoria Monetize; sem o acompanhamento e os encontros individuais ao vivo, mas por um valor mais acessível.
Até às 23h59 de hoje (31/01), você pode garantir a sua vaga por um preço promocional com 50% de desconto: de R$ 1.582,00 por apenas R$ 791,00 (em até 12x de R$ 78,95).
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Acesse a playlist com as músicas indicadas aqui e na newsletter Passageiro. Ela é atualizada semanalmente.
Tivemos até um certo reconhecimento em Santa Catarina, ganhamos um prêmio importante de inovação no estado, mas nunca tivemos lucro.
Os dias tinham mais horas em 2016? O que houve?
Aspas porque, bem, quase 10 anos se passaram e sinto uma certa vergonha dos textos.
Juro que foi só para rimar.
Caso você tenha chegado aqui agora, rolou até uma cobertura literária das Olimpíadas de Paris em que Passageiro participou com credencial de imprensa e tudo.
Elon é filho de Errol (o meme vem pronto!), um conhecido minerador de esmeraldas na África do Sul. Ou seja… meritocracia!
Compartilho a preocupação (e número de assinantes!) Acabei de baixar minha lista, mas se precisar migrar de plataforma será um rolo gerenciar os pagamentos. 😵💫
Por essa eu não esperava!